14 janeiro 2009

O FOGO DO BOMBEIRO



O CORAÇÃO DE MOSAICO:





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Minha amiga Mariana acabara de conhecer um bombeiro muito bonito e charmoso pelo 145.

Mas reparei que quando ele veio ao encontro dela, onde trabalhávamos, ele não tirava os olhos de mim.
Será que eu conhecia aquele cara de algum lugar?

Pensei em falar com ela. Mas a loja estava movimentada naquele dia. Não tive tempo de comentar nada com ela.
Ela se trocou, se despediu de mim, e saiu com ele.
Apesar de encucado, continuei o meu serviço, e deixei para questioná-la sobre minhas dúvidas depois.

Após o fechamento da loja, um outro homem apareceu. Mariana não era a única a ter visitas naquela noite.

Um homem de aproximadamente 30 e poucos anos, loiro, interessante até, veio buscar Guinho...

Guinho sai, serelepe, me dizendo:
- Deseje-me sorte.
- Claro, amigo. – Pisquei para ele.



Assim que ele saiu, suspirei alto.
Estava feliz por ele.
Mas confesso ter sentido uma ponta de inveja dos dois.
Guinho e Mariana conheceram pessoas interessantes através do 145. Já eu, por ter conhecido um cara que para meus padrões de então, era meio estranho, não estava mais interessado na brincadeira.

...

No outro dia, era folga da Mariana.
Eu estava trabalhando, quando o mesmo bombeiro da noite anterior chega, no horário de maior movimento da loja:

- Opa. – diz ele, cruzando os braços sobre o balcão.
- Ô amigo, a Mariana tá de folga hoje... – eu respondi.

- Sim, eu sei. Na verdade, eu vim aqui pra falar com você... Você tem um tempo?
Eu estava ocupado, mas fiquei curioso.
Pedi para que ele se sentasse em alguma cadeira, e assim que arrumei uma brecha, fui até onde ele estava.

- Pois não?
- Tudo bem, Vilser? Meu nome é Vladimir.



- Prazer. Você é vendedor de Natura lá nos bombeiros, e veio me oferecer algo?
- Eh, eh. Na verdade, vim oferecer algo sim. Mas nada da Natura.
- Então?...

Ele pausou, olhou para o teto. Parecia que criava coragem para falar o que estava na cabeça, ou pensando na melhor maneira de dizer o que queria. Até que se permitiu falar:
- A Mariana me falou que você é gay...

Bem, se a Mariana passou a fita toda, algum motivo tinha. Negar pra quê?
- Certo... e...

Ele olhou bem na minha cara, sério (meio tarado até), e disse:
- Seguinte cara. Eu gosto de mulher. Mas ando doido pra experimentar como é deitar com um cara... Será que você toparia matar minha curiosidade?

Eu arregalei os olhos, estupefato e incrédulo. Nem consegui responder.
Não sabia se eu ria da impressionante atração que Mariana exercia sobre bissexuais (teria ela algo de travesti que eu nunca percebera?), se eu pulava no colo dele, se eu ficava irritado com a maneira como a abordagem foi feita.

- E-Espera, mas e a Mariana? – perguntei.
- A gente não tem nada sério, só tá ficando... Perguntei se ela topava sairmos os três, ela recusou. Perguntei se eu podia então sair com você, só pra matar uma curiosidade sexual... Ela disse que isso ia depender de você...



Eu já conheci muita gente nesse mundo.
Já havia saído com gays assumidos, caras enrustidos, outros que bancavam os heteros “cabeça aberta”. Mas nunca um hetero tão direto...
A praticidade desse sujeito chegava a me assustar.

Era bom demais pra ser verdade. Como se um cara dissesse para outro, após uma partida de futebol: “vou ali transar com o amigo gay da minha namorada, e já avisei ela...”

Segundo as palavras de Vladimir, sexo não tem nada a ver com amor. Pode ser simplesmente uma brincadeira entre amigos.

Mas eu não estava habituado a pensar assim.
Tudo bem que eu cheguei a pagar pra tentar perder a virgindade, mas é porque eu achava que ia morrer virgem. Na verdade, toda vez que eu havia transado (ou tentado transar) até então, eu tinha esperanças de que do sexo podia nascer uma relação séria.

- Olha amigo, eu preciso pensar. – Eu disse.
Me senti um idiota ao recusar sexo com um cara tão lindo e “macho”... Mas eu não sabia mesmo o que dizer. Ele era bonito e sua determinação me atraía. Mas havia a Mariana: o que ela realmente sentia por ele para que eu me sentisse no direito de sair com o cara com quem ela estava ficando? Por outro lado, e se para ela o tal bombeiro também fosse somente uma “pegação”, talvez ela não se importasse, não é mesmo?
Por isso, deixei em aberto falando: “vou pensar”.

Avisei a ele que eu preferia ligar pra ela.
Ele fez um gesto com o rosto e o corpo como quem diz “fazer o quê, né?”, mas não falou nada. Anotou o número de telefone do batalhão em um guardanapo. Em seguida, estendeu a mão forte para que eu apertasse, e saiu.



Antes de fechar a loja, liguei para casa de Mariana.
Ela não estava em casa e na época, não existiam celulares.
Essa conversa ia ficar para o dia seguinte.

...

Para saber mais, entre em contato: vilser@gmail.com

6 comentários:

Lipe disse...
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FOXX disse...
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Anônimo disse...
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Bruno disse...

Olá Vilser.. eu adoro suas historias e estou sempre acompanhando tudo, inclusive no invenciveis.net... eu gostaria de sugerir contos do cotidiando e historias em quadrinhos, pq vc eh realmente bom nisso, e tbm pq deixam seu blog com uma cara mais leve e descontraída... pelo menos eh isso q mais me agrada..rsrs... além disso, jah tem mto site com contos eroticos na net.. suas HQ e sua espontaneidade são seu diferencial! vc EH MARAAA!! hahsaushuahsua...

bjaum..

Fábrica de Música disse...

Essas histórias realmente aconteceram ou foram inventadas, adoro ficar sabendo a história das pessoa.

Anônimo disse...
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